segunda-feira, 1 de julho de 2013

Práticas pedagógicas no Brasil

Maíra Saporetti Carvalho

Ao longo da história educacional do Brasil, diferentes formas de se educar foram utilizadas, sendo que cada uma da sua maneira tinha como intuito mudar o indivíduo de acordo com o tipo de sociedade estabelecida naquele momento histórico. A educação em todas as suas formas sempre sendo uma forma de dominação de quem "detinha" o conhecimento sobre o ser que acabava se submetendo a tal, uma educação para a submissão, construindo assim um determinado perfil de pessoa, uma identidade. Sendo assim, cada prática pedagógica tinha uma determinada concepção de homem e de mundo que influenciou na organização do sistema escolar e da escola, a escolha dos conteúdos, as estratégias de ensino e aprendizagem, a forma de avaliar e a relação professor-aluno. 
Quando os portugueses chegaram ao Brasil no século XVI trouxeram com eles a educação jesuítica que era de cunho religioso, catequizante, e se constituía como um processo sistematizado de transmissão de conhecimentos, instituindo um modo de ser português, desconsiderando a educação indígena ali encontrada, sendo a imposição de uma cultura dominante, a portuguesa sobre a dos indígenas. Assim, a educação era dissociada do meio vivido, do que acontecia fora da escola, pois a intenção era a de construção de uma nova identidade aos índios. Em virtude da concepção de mundo e de homem priorizava-se os princípios da autoridade e da disciplina.
Ao longo do tempo, as práticas pedagógicas foram sofrendo mudanças devido a condições econômicas, políticas, históricas e sociais diferenciadas, sendo assim mais à frente, a educação tradicional ganhou espaço, com o ideal de homem culto ou seja letrado e erudito, num ensino rígido, com castigos físicos, trazendo ainda inúmeros resquícios da educação jesuítica, como a disciplina e a autoridade, porém neste momento não havia mais uma intenção. Nesse tipo de ensino a relação professor/aluno é centrada no professor e na transmissão dos conhecimentos. O professor detém o saber e a autoridade, dirige o processo de aprendizagem e é o modelo a ser seguido. A relação é vertical e hierárquica, de vigilância nos casos extremos a passividade do aluno, simples receptor da tradição cultural, sendo a obediência uma virtude.
No final do século XIX, com a imposição de novo modelo econômico e consequente mudança do modelo político, alterou-se também o modelo educacional, que adotou a ideia da escola enquanto formadora do homem produtivo, influenciada pelo Estados Unidos da América, adotando a concepção de homem enquanto recurso humano.

Assim, a educação brasileira passou por vários modelos e hoje observamos, que nenhum deles atende a educação de hoje em dia, assim é preciso implantar nas escolas novos paradigmas que tenham como foco o aluno e seu desenvolvimento holístico, tanto em prol de si como da sociedade num todo. Pois, como vimos toda educação gera um tipo de pessoa, de identidade, é necessário que a escola tenha essa consciência e organize seu currículo em prol do tipo de educação que deseja oferecer a seus alunos.

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